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quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Proclamação da República

O estabelecimento do último Gabinete do Império, liderado pelo liberal Visconde do Ouro Preto, em 1889, foi uma tentativa de implementar as reformas reivindicadas pelos setores oposicionistas, mas não teve sucesso. As dificuldades para a aprovação das reformas aceleraram as articulações entre republicanos e militares.

A Clube Militar, presidido por Benjamim Constante começou a conspirar a derrubada da Monarquia no início de novembro. No dia 11, Rui Barbosa, Aristides Lobo, Benjamim Constant e Quintino Bocaiúva, entre outros conseguiram a adesão do Marechal Deodoro da Fonseca. Estava articulado um golpe para o dia 20 de novembro.
Boatos e especulações sobre prisões dos envolvidos e transferências de batalhões para as Províncias, fizeram com que no dia 15 de novembro de 1889, Deodoro à frente de um batalhão marchasse de sua casa, no Campo de Santana para o Ministério da Guerra, que ficava próximo, depondo o Gabinete de Ouro Preto, que não ofereceu resistência. Foram presos: Ouro Preto e Cândido de Oliveira, Ministro da Justiça; os demais membros do Gabinete foram dispensados. Os revoltosos conseguiram a adesão das tropas governistas.

Deodoro que estava doente retirou-se para sua residência e os militares retornaram para os quartéis, mas alguns republicanos, entre os quais José do Patrocínio, preocupados com a indefinição do movimento, dirigiram-se à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e proclamaram a República. A maioria do Exército não estava ciente da trama, a maioria da tropa se encontrava na mesma situação do povo, estava estranho ao acontecimento, soube apenas do fato consumado sem saber o que estava acontecendo.

Uma semana depois do grande baile que o Império realizou na Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, em 9 de novembro, para recepcionar os oficiais do cruzador chileno Almirante Cochrane em visita ao Brasil, teria fim o Império Brasileiro e o Segundo Reinado de D. Pedro II, tendo dado seu último suspiro em um ambiente marcado pelo luxo e pela extravagância. No dia 12 o Imperador refugiou-se em Petrópolis devido ao calor da cidade. D. Pedro II ainda tentou estabelecer um novo Ministério, no entanto, já era tarde demais. No dia 16 de novembro, Deodoro da 
Fonseca já emitia as primeiras medidas do Governo Provisório e no dia 17 de novembro, a Família Imperial seguiu em sigilo para o exílio na Europa, no navio Alagoas.

A República do Brasil foi estabelecida sem a participação popular, o povo nem sabia bem o que se passava, o que fez com que Aristides Lobo, Ministro do Interior do 1o Governo Republicano do Marechal Deodoro da Fonseca considerasse: "que o povo assistiu bestializado" aos acontecimentos e em 18 de novembro afirmasse: que o envolvimento civil foi quase nulo e que o povo julgou tratar-se de uma "parada militar" a ida dos militares ao Ministério da Guerra.

A conspiração que derrubou a Monarquia não foi preparada de maneira hábil e cuidadosa, era de conhecimento de poucas pessoas e na época o Imperador e a Princesa Isabel gozavam de prestígio junto à população mais humilde, principalmente entre os ex-escravos da cidade do Rio de Janeiro, por isto no dia 22 de novembro, a Rua do Ouvidor foi palco de uma manifestação de negros e mulatos gritando: "Viva a Monarquia e morte aos republicanos". Esta manifestação provocou repressão contra os "vadios" e as "classes perigosas", em especial os capoeiras no início da República.

A maioria dos conspiradores não pensava a República como coisa pública, em seu sentido etimológico, eles tinham receio de toda e qualquer participação popular. O lema positivista colocado na Bandeira Brasileira, em 19 de novembro de 1889, caracterizava a permanência de uma sociedade excludente e hierarquizada. Mudou a forma de Governo mas permaneceram os princípios.
Ao sair da reunião conspiratória no Clube Militar no dia 9 de novembro, Benjamim Constante teve que ir ao Cais Pharoux, por exigência de sua família, que queria ver a Ilha Fiscal iluminada com o Baile do Império. Tentou ir até lá no barco dos convidados, sem desembarcar, mas não o deixaram ver o baile. Duas semanas depois, Benjamim Constant e sua família eram convidados de honra, na festa que o Governo Republicano deu para se despedir dos chilenos.

O fim do regime monárquico resultou de uma série de fatores de pesos diferentes, mas duas forças devem ser destacadas neste processo: o Exército e um setor expressivo da burguesia cafeeira de São Paulo, organizado politicamente no Partido Republicano Paulista. O episódio de 15 de novembro de 1889 foi resultado da ação quase exclusiva do Exército, mas a burguesia cafeeira foi quem deu à República a base social estável, que nem o Exército e nem a população urbana do Rio de Janeiro podiam proporcionar.

No primeiro decreto firmado pelo Governo Provisório estava escrito: "Fica proclamada provisoriamente e decretada como forma de governo na Nação brasileira a República Federativa". Em outro dispositivo previa-se a realização de um plebiscito em que o povo deveria opinar sobre a mudança de Governo. Este plebiscito foi realizado em 7 de setembro de 1993, desta forma, 105 anos depois da República ser proclamada, o povo pode se pronunciar dizendo se preferia o governo monárquico ou o republicano.

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